Incerteza e desconhecimento científico ainda são fatores relacionados à Covid-19.
A situação de pandemia foi experimentada na chamada Gripe Espanhola, ocorrida há mais de 100 anos, que dizimou 2/3 da população mundial. Outras epidemias aconteceram em regiões distintas do mundo, mas o conhecimento adquirido não foi suficiente para minimizar os problemas trazidos pelo vírus COVID-19.
As ações de lockdown estão sendo realizadas mesmo sem um razoável conhecimento científico de seus efeitos. Até mesmo a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem mudado suas orientações quanto aos procedimentos e cuidados a serem tomados. Os protocolos de segurança, como o uso da máscara, têm sido discutidos.
Formas de contaminação
A contaminação se dá, principalmente, pela boca, nariz e olhos, não pela pele. Lavar as mãos é importante porque após tocar uma superfície contaminada, caso exista contato com uma dessas vias de entrada, o vírus poderá ser contraído. A contaminação também poderá ocorrer respirando o ar após tosse ou espirro de uma pessoa contaminada.
O uso de máscara e a diretriz da OMS
Inicialmente, a recomendação de uso de máscara pela OMS era apenas para infectados, de forma que o vírus ficasse retido no tecido, não contaminando outras pessoas.
Outra diretriz da OMS dizia respeito à escassez de máscaras provocada pelo uso por todos. Recomendava-se direcionar máscaras prioritariamente para profissionais de saúde, que estariam em contato com contaminados. Fato é, que alguns países passaram a adotar o uso da máscara por todas as pessoas, o que se tornou, mais do que recomendação, uma obrigatoriedade para evitar a contaminação.
Exercícios x máscara
Alguns estudos afirmam que respirar o ar de pessoas com expiração forçada do ar, como ocorre na atividade física de moderada para intensa, pode ser contaminante.
Sabemos que a atividade física é importante para a saúde física e mental. Reduz os efeitos negativos do confinamento e melhora o sistema imunológico.
Desta forma, durante atividade física, o uso da máscara pode reduzir o efeito do infectado, mas que está disposto e assintomático, contaminar outros, apesar de não haver certeza quanto a essa redução.
O uso durante a prática de exercícios ao ar livre, pode também reduzir o efeito de ser contaminado por pessoas que te ultrapassam ou cruzam na caminhada ou corrida.
Entretanto, não podem negar que o uso da máscara representa uma maior dificuldade de inspirar e expirar, o que resulta em maior exigência dos músculos respiratórios, causando maior esforço físico.
Diante deste quadro, não é necessário inspirar ou expirar com maior intensidade. O corpo tende a regular a ventilação de inspiração e expiração, em repouso ou em exercício, mesmo com uso da máscara.
Alguns cuidados devem ser observados no uso da máscara durante o exercício:
- Usar a máscara que seja confortável e bem ajustada. Máscara no queixo não adianta nada.
- Evitar tocar a máscara durante o uso. Isso pode contaminá-la
- Substituir máscara molhada pois perde o poder de proteção e dificulta ainda mais a respiração. Tenha máscaras para troca.
- Observar a higienização da máscara para uso posterior. Lavar e secar é necessário.
Apesar de todas as incertezas, o uso da máscara hoje é obrigatório. Até que uma nova diretriz ou estudo referente ao tema seja divulgado, façamos bom uso dela como medida protetiva pessoal e do próximo.
João Carlos Dias – PhD em Fisiologia do Exercício
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.